Não tem como escapar: a tecnologia entrou em nossas vidas, e a grande maioria de nós não consegue mais viver sem wi-fi, computador, tablet, smartphone, smartwatch ou qualquer outro recurso que nos possibilite navegar por uma imensidão de informações, que nos permite ter acesso a conteúdo antes restritos a poucos privilegiados, a visitar lugares inimagináveis, a comprar o que e quando quiser sem gastar sola de sapato, a pagar boletos e até fazer um atendimento médico. Sou uma dessas profissionais que aderiu ao atendimento virtual, que me permite falar com pacientes do Brasil e do exterior.
Em relação à alimentação, tenho algumas restrições, principalmente ao uso dos aplicativos de entrega de refeição. Mais de uma vez, neste espaço, pontuei o quanto a facilidade e a rapidez em pedir o que comer, principalmente nos momentos de fome extrema, podem nos levar a fazer escolhas baseadas em fotos e em alimentos mais palatáveis, que são geralmente ricos em gorduras e açúcar.
Nesta semana, trago boas notícias em relação à tecnologia. Há muitos aplicativos interessantes que podem nos ajudar a fazer escolhas saudáveis, pouco divulgados e que costumo indicar aos pacientes.
O Desrotulando é um oásis no meio de tanta desinformação em relação aos alimentos. Ao baixá-lo, você coloca seus dados, cria uma senha e escolhe as preferências em relação aos alimentos: sem glúten, sem lactose, sem açúcar adicionado, proteico, poucos aditivos etc. É gratuito e facilita a escolha de alimentos industrializados mais saudáveis, diretamente na palma da sua mão (há a versão paga, em que você pode ter mais informações sobre o produtos). Com isso, você pode fazer escolhas alimentares melhores e com mais segurança, conveniência e tranquilidade.
A equipe de nutrição analisa e classifica diariamente os rótulos de dezenas de produtos, incluindo os ingredientes e a tabela nutricional para determinar sua saudabilidade.
Em seguida, essas informações são transformadas em uma avaliação prática (o FoodScore) e em sugestões de opções mais saudáveis, que você acessa facilmente pelo aplicativo. Avalia-se o grau de processamento dos ingredientes, o equilíbrio nutricional e se o produto contém alérgenos ou restrições (como corantes, lactose, glúten ou ingredientes de origem animal). Cada produto recebe uma nota de 1 a 100.
Além disso, a empresa desenvolveu um algoritmo que traduz as informações da lista de ingredientes mencionados no rótulo e tabela nutricional dos produtos em uma nota de 1 a 100. Nutrientes “negativos”, como sódio, açúcar, gorduras saturadas e trans, são penalizados, enquanto nutrientes “positivos”, como fibras e proteínas, recebem pontuações favoráveis. Os critérios usados seguem referências da Anvisa, como a RDC 429 de 2020 para rotulagem frontal e a IN 75 de 2020 para valores diários de referência.
Os ingredientes são analisados conforme a classificação NOVA do Guia Alimentar para a População Brasileira. Alimentos in natura ou minimamente processados são valorizados, enquanto ultraprocessados são desvalorizados. Produtos com o selo “Orgânico Brasil” ganham pontos extras, incentivando escolhas mais naturais e sustentáveis.
Quanto maior a nota, mais saudável o produto é considerado.
Além da nota, é atribuída uma classificação por cores, semelhante a um semáforo, facilitando a identificação: notas baixas são associadas à cor vermelha, enquanto as mais altas correspondem à cor verde.
O uso é muito fácil: é só escanear o código de barras do produto ou fazer um busca dos produtos nas categorias disponíveis. Você também pode criar listas para fazer compras e salvar seus produtos favoritos.
Nada melhor do que saber o que estamos colocando em nossa despensa ou geladeira e, principalmente, em nosso corpo.
Fonte: O Globo
