O envelhecimento é um fenômeno mundial: em aproximadamente três décadas, o número de pessoas idosas será equivalente ao de crianças no mundo todo, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a pirâmide etária já começou a inverter: em 2022, pela primeira vez, os idosos deixaram de ser a menor fatia da população – agora, representam 15,8% dos brasileiros, superando os jovens entre 15 e 24 anos (14,7%).
Nos próximos 20 anos, o IBGE projeta que as pessoas com mais de 60 anos serão quase um terço dos brasileiros (28%) e passarão a representar a maior fatia populacional. Se pensarmos nos próximos 50 anos, o Brasil terá um percentual de 37,8% de idosos – ou um a cada três brasileiros.
Diante desse cenário, é cada vez mais importante a busca pelo envelhecimento saudável e por mais qualidade de vida. A seguir, conheça 10 cuidados com a saúde que toda pessoa idosa deveria ter.
1. Ter uma alimentação equilibrada
Uma dieta equilibrada é essencial para o envelhecimento saudável. A alimentação da pessoa idosa deve ser variada, priorizando ingredientes in natura (verduras, legumes, feijão, arroz, raízes, ovos e carnes) ou minimamente processados. Essas pessoas devem consumir o mínimo possível de ultraprocessados, aqueles produtos com adição de açúcar, gordura, corantes e conservantes.
2. Manter-se hidratado
A ingestão adequada de água é essencial para o funcionamento do nosso organismo. O consumo insuficiente de líquidos por pessoas idosas pode levar a quadros de desidratação, além de aumentar o risco de infecções urinárias, insuficiência renal, constipação, confusão e delírio. O Ministério da Saúde recomenda a ingestão de pelo menos 2 litros (seis a oito copos) de água por dia, preferencialmente no intervalo das refeições.
3. Fazer atividade física regularmente
Primeiro, é preciso entender a diferença entre atividade física e exercício. A atividade física engloba qualquer movimento corporal que resulta em gasto de energia – isso inclui caminhar, subir escadas e realizar tarefas domésticas, por exemplo. Já o exercício físico é algo específico, planejado, estruturado e repetitivo, com o objetivo de melhorar ou manter a aptidão física. Em geral, é realizado em sessões determinadas, com foco em força, resistência, flexibilidade ou saúde cardiovascular.
4. Evitar quedas
As quedas são uma preocupação significativa para os idosos e podem ter consequências graves, como fraturas, hospitalização e perda de independência. Entre as causas do maior risco de cair nessa idade estão as alterações física decorrentes da perda de força muscular, equilíbrio e coordenação; condições de saúde que afetem a mobilidade e a visão; e uso de medicações, já que alguns remédios podem causar tontura.
5. Manter consultas e exames médicos em dia
Nem todo mundo envelhece da mesma forma. Por isso, toda recomendação de exames e consultas deve ser individualizada, levando em consideração a saúde geral do paciente. “Isso se mostra claro após uma avaliação geriátrica, que consegue definir quem é essa pessoa idosa em diversos aspectos de saúde e sociais para que a gente possa delinear a melhor forma de cuidar”, afirma o geriatra Leonardo Oliva, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).
6. Atenção com o uso de medicações
Os efeitos adversos de medicações podem afetar mais a população idosa, principalmente aqueles de saúde mais frágil. Nessa idade, as pessoas podem ter mais de uma doença crônica, o que aumenta os riscos da interação medicamentosa.
7. Manter atividade social
Quando se fala em saúde da pessoa idosa, é preciso pensar além do tratamento de doenças. Estimular a participação em atividades sociais é essencial para o bem-estar emocional e físico, além de melhorar a autoestima e a sensação de pertencimento. Estudos mostram que idosos que se envolvem em atividades sociais regularmente tendem a ter uma saúde mental mais robusta e uma maior longevidade.
8. Cuidar da saúde mental
Muitas vezes, saúde mental da pessoa idosa pode ser negligenciada no atendimento médico – seja porque o paciente não se sente confortável em falar sobre ela, seja porque o profissional também não se aprofunda nessas questões. Mas a própria OMS diz: “Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a mera ausência de doença ou enfermidade.”
9. Manter a caderneta de vacinação em dia
A vacinação de pessoas com mais de 60 anos é muito importante pelo fato de que as doenças infecciosas costumam ser mais graves nessa faixa etária, assim como a mortalidade em decorrência dessas condições. “É sabido que a nossa expectativa de vida aumentou nos últimos anos. As vacinas não só previnem a doença e seus desfechos, mas também permitem que os anos a mais que ganhamos com o aumento da expectativa de vida sejam com qualidade de vida”, destaca a infectologista Isabella Ballalai, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
10. Atenção também à saúde da boca
Com todos os cuidados de prevenção e promoção de saúde bucal, as pessoas idosas estão envelhecendo com mais dentes. Por isso, é essencial manter os cuidados com a saúde bucal diariamente, de forma adequada e adaptada às possíveis limitações que surgem com o avançar da idade.
Fonte: Estadão