Longevidade: de alimentação a exercícios, veja como chegar aos 100 anos com saúde

De acordo com os resultados do último Censo, divulgados no final de 2023, a população brasileira está envelhecendo em ritmo acelerado. Para ter ideia, o porcentual de pessoas com 65 anos ou mais no País chegou a 10,9% da população – alta recorde de 57,4% em relação aos números de 2010, quando os idosos representavam 7,4% do total.

Uma das maiores autoridades em longevidade do mundo, o médico gerontólogo Alexandre Kalache, observou que o Brasil vai envelhecer em 19 anos o que a França envelheceu em 145 anos. “De 2011 a 2030, vamos dobrar o índice de pessoas com 60 anos ou mais”, comentou à época.

Fatores como aplicação de vacinas, desenvolvimento de medicamentos cada vez mais modernos e maior capacidade de controlar doenças ajudam a explicar por que, nas últimas décadas, houve um aumento na expectativa de vida no mundo inteiro. A questão, segundo Simone Fiebrantz Pinto, nutricionista especialista em Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), é que vemos cada vez mais gente chegando aos 80 ou 90 anos, mas sem tanta qualidade de vida. “E é isso que queremos corrigir”, disse a especialista.

Para mudar esse cenário, e garantir uma longevidade com saúde, precisamos de políticas públicas capazes de oferecer melhores condições de vida para a população. Afinal, especialistas reforçam que as desigualdades sociais aceleram o envelhecimento. Mas há uma parcela importante de fatores que dependem exclusivamente de nós – e precisamos começar, o mais rápido possível, a investir neles. Falamos da incorporação de hábitos saudáveis, como se alimentar bem, praticar exercícios e cuidar da saúde mental.

E nunca é tarde para colher os bons frutos desses cuidados. Rever comportamentos nocivos e recalcular a rota pode minimizar riscos em qualquer etapa da vida.

Pesquisadores tem acompanhado as mais recentes descobertas da ciência sobre longevidade e conversado com especialistas de diversas áreas para entender, de forma cada vez mais aprofundada, o que é preciso para envelhecer bem.

Pratique exercícios

À medida que envelhecemos, nosso corpo passa por transformações que podem se tornar desafiadoras. Para muitos idosos, a perda de massa muscular, a redução da força, a diminuição da mobilidade e do equilíbrio são fatores que atrapalham a realização de atividades básicas diárias e, muitas vezes, podem levar à perda da autonomia.

Adotar ou manter a prática de atividade física é fundamental para quem busca chegar aos 100 anos com saúde. Mas qual o melhor exercício? Depende. Veja aqui os benefícios do pilates e da musculação; aqui a importância de treinos abdominais; por que treinar pernas e panturrilhas e, para encerrar, qual a importância do alongamento.

Já faz atividade física? Especialista de Harvard dá dicas especiais

Sem dúvida, o exercício é o melhor “remédio” para o seu coração. “A atividade física melhora profundamente sua saúde cardiovascular e longevidade”, diz Meagan Wasfy, cardiologista no Hospital Geral de Massachusetts, afiliado à Harvard. E, ela observa, existem pessoas que, por virtude de uma combinação de ótimos hábitos de vida e bons genes, podem continuar a se exercitar em altos níveis bem além dos 60 anos. Mas diminuir o ritmo e apostar em um treino mais moderado também traz benefícios. 

Estratégia simples pode até reverter perda de massa muscular, mostra estudo

Um estudo realizado na Universidade de São Paulo (USP) sugere que adicionar séries aos exercícios de força ajuda a elevar a massa magra em idosos. Cabe destacar que a construção e a manutenção de músculos são essenciais para garantir a autonomia e a qualidade de vida na terceira idade, até porque evitam quedas, fraturas e outros tipos de traumas. Saiba mais aqui.

É importante ressaltar ainda que a perda de músculos começa naturalmente por volta dos 40 anos. Se nada for feito, a massa muscular aos 80 anos pode ser equivalente à de uma criança. Esse quadro, chamado de sarcopenia, é combatido com mudanças de estilo de vida.

Não é só cuidar do corpo: ‘ficar em forma’ depende de outros quatro hábitos

Por mais importante que seja, o exercício físico sozinho não é suficiente para o envelhecimento saudável. Uma das chaves para a longevidade é um regime de condicionamento físico que também incorpore aspectos mentais e emocionais.

Em outras palavras, não basta exercitar apenas os músculos. É preciso focar também em habilidades mentais e emocionais, incluindo o controle do estresse e a prática de uma boa higiene do sono. Leia mais aqui.

Segundo estudo, resiliência mental é habilidade imprescindível

Pessoas que conseguem lidar bem com os desafios à medida que envelhecem têm maior probabilidade de viver mais, segundo um novo estudo.

Os pesquisadores descobriram que os idosos com níveis mais altos de resiliência mental têm 53% menos probabilidade de morrer nos próximos 10 anos do que aqueles com os níveis mais baixos.

Na alimentação, há 6 principais segredos ligados à vida longa

A alimentação para a longevidade não é uma ciência exata. Mas os pesquisadores têm procurado associações entre os hábitos alimentares das pessoas e sua saúde no longo prazo. Nesses estudos, eles descobriram alguns padrões relacionados à dieta em prol da vida longa.

As dicas incluem: priorizar as proteínas, especialmente as de origem vegetal; incorporar nutrientes que fortaleçam os ossos; aumentar a ingestão de alimentos com compostos antioxidantes e anti-inflamatórios; concentrar-se nas gorduras saudáveis; limitar os alimentos ultraprocessados e ter em mente que o importante é a dieta geral, não um ou outro alimento.

Fonte: Estadão

WhatsApp
Telegram
Facebook
X

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

plugins premium WordPress