‘Comando 4’ tinha lista com nomes de ministros do STF e tabela de preços por assassinatos

Uma lista com nomes de parlamentares e ministros do Supremo Tribunal Federal (S

TF), como Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin, foi encontrada com o suposto grupo de extermínio autodenominado C4 (Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos).

Segundo a Polícia Federal, trata-se de uma organização criminosa especializada em espionagem e execuções sob encomenda.

O grupo tinha também uma tabela de preços a cobrar por execução. Os valores chegavam a R$ 250 mil para ministros do STF. No caso de senadores, R$ 150 mil; deputados, R$ 100 mil. Para ‘figuras normais’, eram R$ 50 mil. Os valores constam de anotações encontradas com investigados.

A PF investiga agora se houve de fato alguma articulação de atentado contra autoridades.

A descoberta foi feita na investigação sobre o assassinato do advogado Roberto Zampieri, conhecido como “lobista dos tribunais”, morto a tiros na porta do seu escritório em Cuiabá, em dezembro de 2023.

O advogado foi o pivô da investigação sobre a venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso e no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Mensagens encontradas no celular dele levantaram as suspeitas da compra de decisões e deram início ao inquérito.

Em 2024, a Polícia Civil de Mato Grosso já havia apontado que os suspeitos fariam parte de uma “rede organizada, voltada para a execução (homicídios) de terceiros, mediante a contratação e financiamento por parte de seus respectivos mandantes, conforme restou cristalino no caso da morte do advogado Roberto Zampieri”.

A PF deflagrou nesta quarta-feira, 28, a sétima fase da Operação Sisamnes para prender cinco suspeitos de envolvimento com o Comando 4 – o instrutor de tiro Hedilerson Fialho Martins Barbosa, o pistoleiro Antônio Gomes da Silva, o coronel Etevaldo Caçadini de Vargas, o sargento do Exército Gilberto Louzada da Silva e o fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo.

O Estadão pediu manifestação das defesas de Aníbal Laurindo e Antônio Gomes e busca contato com os demais. Os advogados Sarah Quinetti e Ronaldo Lara, que representam o coronel Etevaldo Caçadini, disseram que ele é inocente.

Os policiais federais também fizeram buscas em seis endereços em Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais. Foram apreendidos fuzis e pistolas com silenciador, munição, lança-rojão, minas magnéticas e explosivos com detonação remota, carros e placas frias.

A operação foi autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, que conduz as investigações sobre a venda de sentenças no STJ. A decisão foi dada no dia 24 de abril. Durante um mês a PF preparou a sétima fase da Operação Sisamnes, espreitando os alvos e consolidando informações sobre seus paradeiros.

O ministro também determinou algumas medidas cautelares contra os investigados, como recolhimento domiciliar noturno, proibição de contato e saída do País e apreensão de passaportes.

COM A PALAVRA, OS ADVOGADOS SARAH QUINETTI E RONALDO LARA, QUE REPRESENTAM O CORONEL CAÇADINI E SALÉZIA MARIA

O escritório Sarah Quinetti Advocacia Criminal informa que está acompanhando de perto as diligências realizadas nesta pela Polícia Federal em Belo Horizonte, Minas Gerais, no âmbito da Operação Sisamnes que envolve o coronel Caçadini e demais pessoas, a quem representamos.

Ressaltamos que, até o momento, não foi encontrado qualquer elemento ilícito relacionado aos acusados nas buscas realizadas na capital mineira.

Reafirmamos nossa confiança nas instituições brasileiras e no trabalho responsável das autoridades competentes, bem como reafirmamos nossa convicção na inocência dos nossos constituídos.

Permanecemos à disposição para quaisquer esclarecimentos necessários.

Sarah Quinetti e Ronaldo Lara

Fonte: Estadão

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