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INSS: Haddad diz que CGU ‘corretamente’ ao entregar o caso para a Polícia Federal

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta segunda-feira o papel da Controladoria-Geral da União (CGU) na investigação das fraudes de descontos em aposentadorias e pensões do INSS. Segundo ele, a CGU agiu corretamente ao entregar o caso para Polícia Federal (PF).

Haddad foi questionado, em entrevista ao UOL, se o governo não demorou para agir no caso de fraudes do INSS. O ministro relembrou de quando assumiu como prefeito de São Paulo e seu controlador o avisou de um escândalo municipal no INSS. Segundo ele, na ocasião, a decisão tomada foi semelhante ao que aconteceu com o governo federal em 2023: as investigações não foram tratadas internamente, e sim entregues às autoridades responsáveis.

— No caso, entendo que o controlador (no caso do governo federal, a CGU) agiu corretamente ao entregar o caso para a Polícia Federal, porque a PF tem experiência necessária para saber qual o procedimento ao adotar para pegar todo mundo — disse Haddad.

Em entrevista o ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse acreditar que o governo perdeu uma chance de enfrentar as fraudes do INSS mais cedo e evitar que a atual crise se abatesse sobre a administração de Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, a CGU, comandada por Vinicius Carvalho, falhou ao não fazer os alertas devidos “a nível de ministro” assim que as primeiras apurações apareceram.

— ‎Ao fim e ao cabo, nós deixamos passar dois anos, período no qual mais pessoas foram lesadas, para poder corrigir o problema? O papel da Polícia Federal não é mesmo o de avisar nada a ninguém, é apurar ato criminoso. Ela está no papel dela, correto, sem reparo. Agora, a função de qualquer Controladoria é preventiva e não corretiva ou punitiva — disse.

Na entrevista desta segunda, Haddad saiu em defesa do ministro Vinicius Carvalho.

— Eu não estou aqui querendo julgar porque confio muito no trabalho da CGU, conheço o ministro Vinícius, a sua alta capacidade e confio muito na PF, que tem feito um excelente trabalho no Brasil — afirmou Haddad. — O ministro Vinicius é um craque, uma pessoa que tem alta patente de conhecimento técnico, já bloquearam um volume considerável de recursos das associações fraudadoras.

Entenda a investigação

A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram no fim de abril uma megaoperação para combater descontos não autorizados em aposentadorias e pensões pagas pelo INSS. O chefe do órgão, Alessandro Stefanutto, foi afastado do cargo por decisão judicial e depois demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A operação, que envolveu centenas de policiais e auditores, foi autorizada pela Justiça do Distrito Federal para combater um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões. As investigações apontam que a soma dos valores descontados chega a R$ 6,3 bilhões, entre 2019 e 2024, mas ainda será apurado qual porcentagem foi feita de forma ilegal.

As investigações apontaram que havia descontos sobre valores pagos mensalmente pelo INSS como se os beneficiários tivessem se tornado membros de associações de aposentados, quando, na verdade, não haviam se associado nem autorizado os descontos.

Após a operação, o governo suspendeu todos os acordos que previam desconto nas aposentadorias.

Fonte: O Globo

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