A época mais aguardada do ano ficou sem brilho. Isso porque Cuiabá é a única capital do Brasil sem decoração de Natal em praça pública ou nas ruas neste ano, de acordo com levantamento feito pela reportagem.
As áreas com enfeites natalinos são em propriedades privadas, como em lojas, shoppings e condomínios.
De todas as 26 capitais e Brasília, no Distrito Federal, somente Cuiabá não tem a famosa e tradicional árvore de Natal ou a casa do papai Noel em espaços públicos neste ano.
Ao g1, a prefeitura disse que passou por um ano dedicado a equilibrar as contas públicas do município e a organizar a estrutura administrativa. Por isso, escolheu priorizar investimentos em áreas estratégicas. Uma das únicas atividades natalinas é a carreta do Papai Noel que visita os bairros mais distantes do centro, que é uma parceria da prefeitura com um banco privado.
Por outro lado, municípios no interior do estado não pouparam esforços em enfeitar as cidades para a época natalina.
A saúde financeira da capital, porém, não vai bem há algum tempo. Em janeiro deste ano, o prefeito Abilio Brunini (PL) decretou estado de calamidade financeira três dias após assumir o primeiro mandato no Executivo.
Com o fim do decreto, a prefeitura criou um comitê para avaliar, mensalmente, a gestão fiscal. Essa medida já gerou uma economia de R$ 217 milhões, de acordo com a prefeitura. Nos últimos meses, o prefeito chegou a cogitar um novo decreto de calamidade financeira, caso a saúde das contas não melhorasse.
Além disso, a capital apareceu na última posição do ranking de gestão financeira do índice da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). O índice classificou Cuiabá com a pior avaliação fiscal entre as capitais. Os dados avaliados pela pesquisa se referem ao ano passado.
O principal problema apontado pela Firjan é manter dinheiro em caixa, o que afeta diretamente a capacidade de investimentos do município e a continuidade de serviços públicos.
A prefeitura destacou ainda que deve encerrar o ano com superávit de R$ 422 milhões, superando a estimativa de déficit de R$ 400 milhões.
Já a dívida consolidada do município consome 62,2% da receita líquida, de acordo com os últimos dados divulgados.
Esse resultado reflete a revisão de contratos feita pela equipe da prefeitura, com modernização de processos, melhoria na arrecadação e planejamento com mais eficiência nos gastos.
Toda essa reorganização nas contas públicas e na estrutura administrativa, que passou por fusões entre secretarias, foi para reverter a “herança” da gestão anterior. Para se ter uma ideia, entre 2017 e 2024, as despesas aumentaram 135%, enquanto as receitas não passaram do patamar de 115%, segundo a prefeitura, o que gerou um déficit.
Na festa da virada, contudo, a história pode ser diferente. A prefeitura disse que estuda um “Ano Novo da Família” para resgatar o calendário de celebrações sem comprometer o equilíbrio das contas públicas.
Fonte: G1MT


