Celular avança entre idosos e na área rural, e quase 90% da população do País têm aparelho

Apesar de avanço, celular não é unanimidade entre os idosos Foto: Hélvio Romero/Estadão

A popularização do celular no País bateu novo recorde. O Brasil encerrou 2024 com 167,5 milhões de pessoas de 10 anos ou mais com telefone móvel para uso pessoal, 88,9% desse contingente etário, revela o módulo de Tecnologia da Informação e Comunicação da Pnad Contínua, divulgado nesta segunda-feira, 24, pelo IBGE.

O avanço reflete um salto de 11,5 pontos porcentuais desde 2016 e de 1,3 ponto em relação a 2023. Nas zonas rurais o movimento foi ainda mais intenso: a fatia de usuários saiu de 54,6% há oito anos para 77,2% agora.

O grupo que mais ganhou conectividade foi o de idosos. Entre 2019 e 2024, a proporção de pessoas com 60 anos ou mais que possuem celular subiu de 66,6% para 78,1%. Ainda assim, o aparelho não é unanimidade nessa faixa por dois motivos principais: “O celular é um equipamento básico para comunicação e, ao mesmo tempo que observamos algumas categorias etárias já atingindo praticamente a universalização, para 60% dos idosos a principal razão para não ter o aparelho é, justamente, não saber usá-lo”, explicam os analistas do IBGE Gustavo Geaquinto Fontes e Leonardo Areas Quesada. A segunda justificativa apontada é a falta de necessidade.

Na população de 10 anos ou mais, a posse de celular passou de 77,4%, em 2016, para 87,6%, em 2023, e atingiu 88,9%, em 2024. Nas zonas rurais, o salto foi ainda maior: de 54,6% de pessoas em 2016, para 77,2%, em 2024.

A presença de telefone móvel varia de 95,2% dos domicílios do Nordeste a 98,5% dos lares do Centro-Oeste. “Em partes, esse percentual é influenciado pelo Distrito Federal, que tem indicadores sociais, como renda, mais alto e é formado por uma estrutura etária mais jovem do que no Sul e no Sudeste”, explicam.

Entre os que não possuem celular — 11,1% da amostra, ante 18,6% em 2019 —, a preocupação com privacidade e segurança é citada por 24,1% dos jovens de 10 a 13 anos. Os pesquisadores avaliam que a vigilância dos pais pode ser um fator para o retrato.

Em relação ao telefone fixo convencional, apenas 7,5% dos domicílios tinham o aparelho, enquanto a posse de celular chegou ao maior percentual da série histórica em 2024 (97%). Em 89,9% dos domicílios havia apenas telefone móvel celular.

A sondagem, realizada no quarto trimestre de 2024, avaliou o acesso à internet e à televisão nos domicílios e a posse de telefone celular pelas pessoas com 10 anos ou mais.

Celular mantém liderança quase absoluta

O celular segue absoluto como equipamento mais utilizado para acessar a internet: em 2024, 98,8% dos usuários de 10 anos ou mais navegaram pelo aparelho, superando com folga o microcomputador (33,4%) e o tablet (8,3%). Já o percentual de pessoas que acessaram a internet pela televisão chegou a 53,5%.

O retrato é muito diferente de 2016, quando o acesso pelo microcomputador representava 63,2% e as conexões por meio da televisão eram 11,3% e o tablet 16,4%. O celular, por sua vez, já representava 94,8% dos acessos.

De 2023 para 2024, entre a população de 10 anos ou mais que possuía telefone celular para uso pessoal, a parcela com acesso à internet por meio do aparelho passou de 96,7% para 97,5%. Na área rural, o indicador cresceu 1,7 ponto percentual, de 94,3% para 96%, mas ainda ficou ligeiramente abaixo do verificado na área urbana, que avançou de 97% para 97,7%.

A proporção de domicílios em que a rede móvel funciona para internet ou telefonia alcançou 92% em 2024, mantendo estabilidade. Já a fatia de lares com telefone celular cresce desde 2016 (93,1%) e chegou ao maior nível da série histórica em 2024 (97%).

Disponibilidade do serviço

O serviço de internet estava presente em 74,9 milhões de domicílios no ano passado (93,6%), alta de 1,1 ponto percentual ante 2023. O avanço tem sido mais rápido nas zonas rurais, reduzindo a distância em relação às urbanas: 84,8% versus 94,7% em 2024, respectivamente, ante 35% e 76,6% em 2016.

O estudo mostra que o uso de banda larga continua em expansão, com ambos os tipos de conexão apresentando crescimento. A participação da banda larga móvel subiu de 83,3% para 84,3% entre 2023 e 2024, enquanto a fixa avançou de 86,9% para 88,9% no mesmo intervalo.

Uso diário

Nos três meses anteriores à entrevista, 168 milhões de brasileiros declararam ter acessado a rede: 90,2% em áreas urbanas e 81% em zonas rurais. A frequência diária de utilização foi mencionada por 95,2% do total, o maior índice da série.

O levantamento ressalta que, embora o uso da internet ainda seja menor entre residentes em áreas rurais, a diferença em relação à população urbana vem diminuindo de forma consistente.

A proporção de idosos conectados subiu de 44,8% em 2019 para 69,8% em 2024, o maior avanço entre os grupos etários analisados. “Apesar de ser o grupo que menos usa internet (87,9%), observamos ano a ano o aumento importante dessa população. A grande maioria usa a internet todos os dias e vemos um aumento de 3,6 pontos percentuais em relação a 2022”, apontam Gustavo Geaquinto Fontes e Leonardo Areas Quesada, analistas de pesquisa do IBGE.

O percentual de pessoas brancas que usaram a internet no período de referência foi de 90%, ligeiramente acima do registrado entre pretos (88,4%) e pardos (88,6%). Em 2016, a desigualdade era maior: 72,6%, 63,9% e 60,3%, respectivamente.

A sondagem, realizada no quarto trimestre de 2024, avaliou o acesso à internet e à televisão nos domicílios e a posse de telefone celular pelas pessoas com 10 anos ou mais.

Fonte: Estadão

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