A Meta detectou e baniu mais de 6,8 milhões de contas no WhatsApp ligadas a centrais criminosas apenas no primeiro semestre deste ano. No entanto, mesmo com os cuidados adotados pela plataforma e pelos usuários, o risco de cair em um golpe financeiro pelo aplicativo ainda existe.
Para reduzir os danos, é fundamental agir assim que a fraude for identificada. O advogado Luiz Fernando Plastino, especialista em propriedade intelectual, privacidade e proteção de dados e direito de informática, do escritório Barcellos Tucunduva Advogados, explica que um dos primeiros passos é registrar um boletim de ocorrência – procedimento que pode ser feito pela internet, no site da Polícia Civil do seu Estado.
“A recomendação é também avisar outras pessoas que podem ter sido envolvidas sem saber”, afirma Plastino. O número usado pelos golpistas deve ser bloqueado e denunciado à Meta.
Plastino orienta ainda que todas as senhas sejam trocadas, principalmente se o usuário tiver clicado em links ou arquivos suspeitos. “A depender do caso, restaurar o celular para configurações de fábrica e reinstalar aplicativos e atualizações pode ajudar a se livrar de programas maliciosos”, diz.
Golpes com Pix
O Banco Central alerta que, em casos de golpes, fraudes ou crimes financeiros que envolvam transferências via Pix, é essencial entrar em contato com o banco o mais rápido possível para informar o ocorrido e solicitar a devolução dos valores por meio do Mecanismo Especial de Devolução (MED).
A instituição financeira deve registrar uma notificação de infração no sistema do BC, para que o banco do golpista possa bloquear o dinheiro. As duas instituições têm até sete dias para verificar se houve, de fato, um golpe. Após a conclusão da análise, o banco do fraudador tem 96 horas para realizar a devolução total dos valores, caso haja saldo disponível.
Se o dinheiro já tiver sido retirado da conta do criminoso, o prazo para devolução se estende por até 90 dias e o pagamento poderá ser feito com qualquer valor que for posteriormente depositado na conta.
Como se proteger?
Conhecer os principais golpes é o primeiro passo para identificar ações suspeitas e se proteger. Entre os mais comuns estão benefícios e promoções falsas, links fraudulentos, clonagem de contas e perfis falsos.
Plastino explica que, ao receber mensagens de números desconhecidos, é fundamental desconfiar, já que criminosos costumam se passar por parentes, amigos e instituições financeiras para enganar as vítimas. “Para evitar cair em golpes, é preciso desconfiar de todas as pessoas que você não tem certeza absoluta de quem são”, alerta.
Outros cuidados importantes incluem não clicar em links desconhecidos, evitar baixar arquivos suspeitos e só fazer transferências via Pix quando tiver certeza de quem está do outro lado da tela.
A Meta recomenda três passos simples que ajudam a prevenir golpes:
- Pausar: espere um pouco antes de responder;
- Questionar: será que não é muito bom para ser verdade?;
- Verificar: garanta que o remetente é quem diz ser.
Novas ferramentas de segurança do WhatsApp
Para reforçar o combate aos golpes digitais, a Meta anunciou na última terça-feira, 5, duas novas ferramentas de segurança para o WhatsApp.
A primeira está relacionada aos grupos: sempre que alguém que não está na lista de contatos do usuário adicioná-lo a um grupo desconhecido, será exibido um resumo com informações importantes sobre aquele grupo, além de dicas de segurança. O usuário poderá sair do grupo diretamente por essa tela, sem precisar a abrir a conversa.
A segunda funcionalidade exibirá um alerta com informações sobre a conta sempre que o usuário iniciar uma conversa com alguém que não está salvo em sua agenda de contatos.
Fonte: Estadão