Brasil tem quase 200 cidades com umidade igual ou menor que a do Saara

O país está coberto de fumaça, vive a sua pior e mais extensa seca. A consequência disso é que fica difícil de respirar. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), quase 200 cidades pelo país registraram umidade relativa do ar menor ou igual à do deserto do Saara. 

Os dados são deste domingo (8) porque a umidade relativa do ar vai diminuindo ao longo do dia, conforme as temperaturas vão subindo à tarde, quando chega aos menores níveis.

Segundo a análise das estações do Inmet, os piores índices de umidade do ar foram registrados em cidades no Mato Grosso do Sul, São Paulo, Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais que chegaram em níveis de até 11%.

Em Cuiabá, a umidade do ar pode chegar a impressionantes 8%, colocando a cidade em uma categoria climática semelhante à de desertos como o Saara.

Com isso, as cidades chegaram perto de registrar a umidade do ar como a do Atacama, no Chile, considerado o deserto mais seco do mundo, onde a taxa é de 5%.

Outras dezenas de cidades registraram índices até 20% – o que é considerado muito abaixo do recomendado para a saúde.

A medição é feita pelas estações de monitoramento do Inmet, que estão em todas as regiões do país, mas não cobrem todos os municípios do Brasil.

Impactos na saúde

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a faixa de umidade ideal para o organismo humano fica entre 40% e 70%. Quando essa taxa cai para 30%, já se configura uma situação de alerta, com prejuízos evidentes para a saúde.

O tempo seco pode levar a problemas respiratórios, cansaço, dor de cabeça, narinas e olhos ressecados. O desconforto é ainda maior para pessoas que já têm doenças respiratórias, como asma, rinite alérgica ou bronquite crônica, que ficam propensas ao agravamento dos quadros.

Isso acontece porque um dos mecanismos de defesa que temos para as vias aéreas é o muco. Com o ar seco, esse muco também seca e isso piora a obstrução.

Dicas para enfrentar o tempo seco

  • Beba bastante água (cerca de dois litros por dia ou 10 copos de água de 200 ml). Ela hidrata todos os órgãos, inclusive pele e mucosa.
  • Se puder, tenha um umidificador de ar em casa. Você também pode colocar uma bacia com água no ambiente ou uma toalha umedecida para minimizar os efeitos do ar seco, do ar poluído.
  • Hidrate bem as mucosas com soro fisiológico – pelo menos duas vezes ao dia.
  • Lave os olhos com soro fisiológico ou com colírio de lágrima artificial.
  • Cuidado com bebidas alcoólicas. Elas podem refrescar, mas também desidratam.
  • Mantenha a casa limpa, evitando o acúmulo de poeira.
  • Evite praticar exercícios físicos das 11h às 17h.
  • Proteja-se ao máximo do sol e evite o ressecamento das mucosas e pele.

Fonte: G1

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