A primeira pesquisa Genial/Quaest realizada após a operação policial carioca que terminou com 121 mortos e causou atrito entre o Planalto e o governo do Rio de Janeiro mostra que a ação é aprovada por 67% dos brasileiros. Por outro lado, o levantamento divulgado nesta quarta-feira aponta que 25% da população desaprovam o episódio. Já 4% nem aprovam, nem desaprovam, e 4% não sabem ou não responderam.
O valor é ligeiramente acima dos 64% apurados pela pesquisa realizada apenas com moradores do Rio de Janeiro logo após o episódio. A operação é desaprovada por 27% da população do estado.
A pesquisa nacional mostra também que 67% dos entrevistados entendem que não houve exagero na força empregada pelos agentes, contra 29% que pensam o contrário.
Em um mês, o temor com a área de segurança pública passou de 30% para 38%, enquanto a economia permanece em um distante segundo lugar, com 15%.
Na esfera da segurança, a atuação do governo Lula é vista como regular por 36% (eram 32% em março), negativa por 34% (eram 38%) e positiva por 26% (eram 25%).
Crime organizado
Para 73% dos brasileiros, as organizações criminosas deveriam ser consideradas terroristas. A Quaest aponta que medidas duras de combate às facções têm alto índice de aprovação. Quase nove a cada dez brasileiros (88%) são a favor do aumento da pena para homicídios cometidos a mando de organizações criminosas. Já 65% apoiam a retirada do direito de visita íntima a membros de facções nas prisões. A PEC da Segurança, encabeçada pelo governo Lula, é apoiada por 60%.
Questionados sobre a possibilidade de transferência da responsabilidade da segurança pública ao governo federal, 52% afirmaram aprovar a mudança, enquanto 46% defendem que cada estado tenha legislação própria sobre o tema. A facilitação da compra e acesso a armas de fogo, por sua vez, é reprovado por 70% da população.
A pesquisa também perguntou qual a principal medida a ser tomada pelo governo federal para reduzir a violência. Quase metade dos brasileiros (46%) respondeu ações que incluem leis mais rígidas, penas maiores e a Justiça não soltar criminosos. Esse pacote de providências é apoiado por 39% dos lulistas, por 31% dos que afirmam ser de esquerda porém não se identificam como lulistas, por 41% dos independentes, por 53% dos de direita não bolsonarista e por 58% dos bolsonaristas.
Em segundo lugar estão ações que fomentam a área da educação, oportunidades e medidas sociais, apontadas por 27% dos entrevistados. A aprovação desse pacote é mais acentuada entre lulistas (29%). Mais policiamento (11%) e ações duras contra facções (9%) também foram citadas pelos brasileiros.
Governadores de direita dividem opiniões
A Quaest também avaliou a opinião popular sobre a união de governadores de direita, em um chamado “consórcio da paz”, após a operação no Rio. Enquanto 47% acreditam que se trata apenas de mais uma ação política, 46% entendem que pode ajudar a reduzir a violência nos estados.
Entre os membros da iniciativa, Cláudio Castro (RJ) foi apontado por 24% como o governador que se saiu melhor até o momento. Em seguida, aparecem Tarcísio de Freitas (SP), com 11%, Romeu Zema (MG), com 5%, Jorginho Mello (SC), com 3%. Celina Brandão (DF) e Eduardo Riedel (MS) têm 2% cada. Nenhum deles foi a resposta de 9%. Já 31% não souberam ou não responderam.
A pesquisa foi realizada entre os dias 6 e 9 de novembro. Foram 2.004 entrevistas presenciais com brasileiros de 16 anos ou mais. A margem de erro estimada é de 2 pontos percentuais
Fonte: O Globo



