Brasil vive tendência de alta nas mortes em rodovias federais há 5 anos

Colisão ocorreu na cidade de Teófilo Otoni (MG) e envolveu um ônibus, uma carreta e um carro - Corpo de Bombeiros - 21.dez.24/Divulgação

A quantidade de mortos em rodovias federais tem aumentado a cada ano no Brasil desde 2020. Durante quatro anos em que houve tendência de alta na letalidade do trânsito nas estradas, um total de 27.920 pessoas morreram, mostram dados da PRF (Polícia Rodoviária Federal).

O aumento do número de mortes foi de 16% no período de 2020 a 2024, partindo do patamar de 5.292 mortos e chegando a 6.160 vítimas no ano passado. É como se toda a população residente no município de Juquitiba, na região metropolitana de São Paulo, morresse em quatro anos.

Em 2025, a quantidade de mortos de janeiro a agosto ficou praticamente estável em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo os números mais recentes publicados pela instituição. Foram 3.973 vítimas em oito meses nas rodovias federais, 20 mortes a menos (ou -0,5%) do que em 2024.

O acidente que deixou 17 mortos na BR-423 em Pernambuco, na noite de sexta-feira (17), está entre os mais graves do ano. Os dados da PRF mostram, no entanto, que passageiros de veículos coletivos são minoria entre as vítimas de acidentes nas estradas. A maior parte dos mortos são ocupantes de motocicletas e automóveis.

No ano passado, um total de 406 pessoas morreram em acidentes envolvendo ônibus nas rodovias federais, ou menos de 7% do total. Ao mesmo tempo, 35% das mortes (2.210 vítimas) envolveram veículos de passeio e 33% (2.024 vítimas) envolveram motocicletas.

De janeiro a junho de 2025, os acidentes envolvendo motocicletas seguem entre as principais preocupações de segurança da PRF. Houve crescimento no número de acidentes, feridos e mortos envolvendo esse tipo de veículos no primeiro semestre de 2025, apesar da estabilidade no número de mortos em geral.

Foram mil mortos e cerca de 18 mil feridos em acidentes envolvendo motocicletas de janeiro a junho deste ano, um aumento de 1,3%. Antes disso, de 2023 para 2024, a alta havia sido de 15%, chegando a cerca de 35 mil mortos em um ano.

“A ausência de reação dos condutores foi a causa principal de 2.343 colisões envolvendo motocicletas nos primeiros seis meses de 2025, seguida pela reação tardia ou ineficiente dos condutores e por acessar a via sem observar a presença de outros veículos”.

Segundo a PRF, ao mesmo tempo em que a diminuição da letalidade no trânsito das rodovias foi de menos de 1%, houve uma queda expressiva no número de acidentes nos oito primeiros meses deste ano. Foram registrados 47.181 sinistros nas estradas federais de janeiro a agosto, 132% a menos do que no mesmo período do ano passado.

O Brasil havia passado por um período de redução estável na quantidade de mortes em rodovias federais que durou sete anos, de 2011 a 2018, antes de entrar na atual tendência de alta. Nos últimos 18 anos, o pico de mortes nas estradas ocorreu em 2011, quando um total de 8.675 pessoas perderam a vida nas vias federais.

Ônibus colidiu com rochas

No acidente que deixou 17 mortos em Pernambuco, de acordo com a PRF, o motorista de um ônibus perdeu o controle do veículo, entrou na contramão e atingiu rochas às margens da rodovia. Em seguida, conseguiu retornar para o sentido correto da rodovia, mas bateu em um barranco de areia e tombou. As causas estão em investigação.

O veículo voltava de Santa Cruz do Capibaribe, em Pernambuco, para Brumado, na Bahia, quando tombou na BR-423, entre os municípios de Paranatama e Saloá, na Serra dos Ventos. Além dos 17 mortos, o acidente deixou ainda outras 17 pessoas feridas, segundo o governo estadual.

Os passageiros haviam saído da cidade baiana para fazer compras em Santa Cruz do Capibaribe, município que é um polo de confecções. Ao menos 33 pessoas estavam no veículo.

Até a noite de domingo (19), todas as vítimas haviam sido identificadas e 15 dos 17 corpos haviam sido liberados para as famílias realizarem os enterros.

Fonte: Folha de S. Paulo

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