Um novo golpe digital que se aproveita da vulnerabilidade de idosos para pedir a transferência de grandes quantias financeiras.
Funciona assim: os golpistas ligam para clientes dizendo que agência está sob investigação e pedem transferência de recursos para contas suspeitas.
Uma aposentada de 78 anos, residente em Guarulhos, São Paulo, perdeu R$ 17 mil após ser vítima de um golpe por telefone. Dona Lenir, que sempre gerenciou suas finanças com cuidado, recebeu uma ligação no dia 21 de agosto de um homem se apresentando como gerente do banco.
O golpista convenceu a aposentada a transferir todo o seu dinheiro para outra conta, alegando que essa nova conta estaria “protegida”. Após a transferência, a aposentada percebeu que se tratava de uma fraude e que o homem não era funcionário do banco.
“Eu acreditei que ele estava me protegendo, protegendo a minha conta naquele banco. Eles são tão convincentes que você cai”, contou.
Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o tipo de golpe sofrido pela Dona Lenir é novo. A organização vai lançar uma campanha educativa para alertar a população sobre o golpe.
Golpes digitais
Tranca nas portas, grade, cerca elétrica, câmeras de segurança: nada disso impede a ação desse bandidos. Eles se especializaram em dar golpes pelo celular, um perigo que atravessa as paredes da casa.
Há duas semanas, a polícia de São Paulo prendeu um homem suspeito de aplicar golpes por meio de telefonemas. Durante a operação, os agentes apreenderam áudios que revelam uma mulher da quadrilha solicitando a ele um “script”.
De acordo com a investigação, esse “script” serve como um manual para manipular as vítimas, orientando o golpista sobre como enganar e convencer as pessoas a fornecer informações pessoais ou realizar transferências financeiras.
Os golpistas exploram justamente o medo que a população tem de levar um golpe para praticar o crime.
O segundo golpe
Dois dias após a transferência dos 17 mil reais, Dona Lenir recebeu mais um telefonema criminoso. Desta vez, um homem se passou por delegado responsável pela investigação do golpe que ela já havia sofrido. Ele solicitou cartões, senhas e o celular, alegando que eram importantes para o trabalho da “polícia”.
Ao todo, a idosa teve R$81 mil reais roubados.
“Eu não me conformava, eu tinha vergonha de comentar isso com as pessoas. muita vergonha, eu me fechei’, disse a vítima.
“Disque 100”
O Ministério dos Direitos Humanos disponibiliza o “Disque 100” para atendimento a idosos.
Além disso, uma cartilha do Ministério, que lista os 15 golpes mais comuns contra idosos, menciona a falsa central telefônica.
A principal dica de segurança é aquela de sempre: não faça nada sem consultar um profissional de confiança da sua agência bancária.
A OAB também recomenda que as vítimas entrem com uma ação na justiça.
Fonte: G1
