Aneel aciona bandeira vermelha patamar 2 em outubro, e conta de luz vai ficar ainda mais alta

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou nesta sexta-feira (27) que vai acionar a bandeira tarifária vermelha patamar 2 para a conta de luz em outubro. A medida vai acrescentar R$ 7,877 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos e entra em vigor na próxima terça (1º).

A elevação do nível tarifário foi justificada pelo risco hidrológico e pelo aumento do PLD (Preço de Liquidação de Diferenças), o valor de referência da energia no mercado atacadista.

A bandeira vermelha patamar 2 chegou a ser anunciada para o mês de setembro, mas a Aneel voltou atrás alegando ter encontrado erros nos cálculos e adotou o patamar 1.

O aumento da conta de luz em outubro será o terceiro deste ano. Houve uma sequência de bandeiras verdes de abril de 2022 a maio de 2024. Em julho, foi adotada a bandeira amarela, e a verde chegou a retornar em agosto, mas foi interrompida pela vermelha nível 1 em setembro.

O sistema de bandeiras tarifárias foi criado pela Aneel para indicar, aos consumidores, os custos da geração de energia no Brasil. Segundo a agência, com as bandeiras, o consumidor ganha um papel mais ativo e pode adaptar seu consumo para ajudar a reduzir o valor da conta.

O acionamento da bandeira vermelha nível 2 é uma das respostas do setor à seca extrema que atinge o Brasil e, de um lado, reduz a disponibilidade de água para geração de energia, e, de outro, aumenta a demanda da população.

Apesar do cenário preocupante, autoridades já afirmaram que o nível dos reservatórios brasileiros tem mais que o dobro do registrado em 2021 —última vez que a bandeira vermelha patamar 2 havia sido acionada.

Há cerca de duas semanas, as bacias do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, responsável por 70% do SIN (Sistema Interligado Nacional), tinham mais de 50% dos seus reservatórios cheios. E os subsistemas Sul, Nordeste e Norte também registravam capacidade acima da média.

A ampliação do uso de termelétricas e o retorno do horário de verão são algumas das alternativas do setor para lidar com a seca. Para especialistas, o horário de verão é uma opção que preserva o sistema elétrico, mas gera pouco economia para o consumidor.

A mudança também teria impactos em outros setores, agradando alguns, como bares e restaurantes, mas preocupando outros, como as companhias aéreas, que disseram precisar de pelo menos 180 dias de adaptação.

A ampliação do uso de térmicas, medida já aprovada pelo governo em setembro, também apresenta ressalvas. A autorização permite que térmicas mais caras possam ser acionadas para suprir a demanda diária de energia no país —o que pode aumentar o custo da energia.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que não há estimativa sobre quando essas usinas mais caras serão acionadas. Mas, uma vez autorizado, o ONS (Operador Nacional do Sistema) pode despachá-las assim que achar necessário.

Fonte: Folha de S. Paulo

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